Pastor Cleber: outubro 2017
ganhe-dinheiro-com-kwai

“EU ERREI”



Pr. Cleber Montes Moreira


“Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista...” (Salmos 51:4)


Concordo com Jonathan Swift, quando disse: “Um homem nunca deveria ter vergonha de confessar que errou, pois na verdade é como dizer, por outras palavras, que hoje ele é mais sábio do que foi ontem.” Sim, é verdade que podemos aprender com nossos erros, mas também é verdade que há uma indisposição enorme em reconhecê-los, e mais ainda em admiti-los diante das pessoas e do próprio Deus. Dizer “eu errei” é um golpe para o ego, e a maioria não quer sofrê-lo, preferindo negligenciar a culpa, sofrer os prejuízos, e padecer internamente pelo que cometeu.

Davi pecou. Como um abismo chama outro abismo, não parou no adultério, mas praticou uma sucessão de outros erros na tentativa de ocultar o primeiro. O rei lidou com o erro em seu coração, como se ele não existisse, até que por meio do profeta Natã o Senhor o repreendeu (2 Samuel 12). Só depois disso é que ele, então, confessou: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista…” (Salmos 51:3,4). Também foi capaz de reconhecer a fraqueza da carne, ao dizer: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmos 51:5). Somente depois disso é que pôde fazer, com o coração quebrantado, sua oração de arrependimento sincero. 

O filho pródigo, somente depois de experimentar a miséria é que pôde, em sofrimento, tomar uma atitude digna, capaz de mudar sua condição: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti” (Lucas 15:18).

Para os sábios, admitir os erros não é fraqueza, é virtude. Só quem é capaz de fazê-lo pode alcançar o perdão e ficar em paz com a própria consciência. Dizer “eu errei” certamente ferirá seu orgulho, mas é o único meio de voltar ao caminho certo. Sem confissão e arrependimento não há salvação.

Você é capaz de dizer “Eu errei”? Já o declarou alguma vez? Necessita fazê-lo agora? Ocultar um erro produz um peso imenso de sofrimento, mas confessá-lo alivia a alma e abre caminho para o novo.  Pense nisso!

SANTIDADE PARA ESTAR DIANTE DE DEUS



Pr. Cleber Montes Moreira

“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa.” (Hebreus 10:22)

Ao contrário do que ocorria no Velho Testamento, neste tempo inaugurado com o advento do Messias, todos os salvos têm o privilégio de comparecer diante de Deus pelo novo e vivo Caminho que é Cristo, sem a intermediação de qualquer outra pessoa. Entretanto, isso não significa que possamos fazê-lo de forma não apropriada: Deus é santo, e Ele exige de nós santidade. 

Ninguém pode apresentar-se diante do Eterno sem estar trajado devidamente. Jesus exemplificou isso ao contar a parábola de um rei que preparou uma grande festa de casamento para o seu filho, e enviou seus servos aos que tinham sido convidados para o banquete, dizendo-lhes que viessem. Estes recusaram. Então mandou aos servos que fossem para as ruas e convidassem a todos que encontrassem. Aqueles que atenderam ao convite receberam trajes próprios para aquela celebração. Porém, quando todos os convivas já haviam chegado, “o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 22:11-13).

O texto em epígrafe descreve com muita clareza o modo e a condição requerida daqueles que se apresentam perante o Senhor:

Cheguemo-nos com verdadeiro coração
Em inteira certeza de fé
Tendo os corações purificados da má consciência
E o corpo lavado com água limpa

Estas frases denotam santidade como ‘conditio sine qua non’ para aqueles que se aproximam de Deus. O escritor bíblico, mais adiante, confirmará esta exigência ao exortar seus leitores a buscarem “a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

A partir da compreensão de que os salvos devem viver à vista de Deus, a busca pela santificação deve ser constante, considerando ser ela um processo com um alvo a ser atingido, tendo seu ápice na eternidade. É oportuno lembrar que ninguém, por si só, conseguirá conservar-se puro e percorrer o caminho da santificação, a menos que dependa de Deus – É Ele quem nos dá as vestes adequadas, e não nós quem as compramos.

As ideias apresentadas no texto descrevem a integralidade da vida cristã. O salvo deve viver em ‘inteireza’, pois que está diante daquele que tudo conhece, para quem não há segredo algum, nenhum pecado, nenhuma mancha que não possa ver. A hipocrisia não subsiste perante a onisciência divina. DEUS É SANTO, e nós também devemos ser!

AMOR INCLUSIVO



Pr. Cleber Montes Moreira


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”; “Vai-te, e não peques mais.” (João 3:16; 8:11)


“Deus abençoa toda forma de amor”, foi o que disse uma pessoa que é apresentada como pastor, mesmo sem ter passado por um concílio e ter sido consagrada ao ministério pastoral. O “amor” está cada vez mais em moda. Um outro pastor, “inclusivo”, publicou em seu perfil no face: “Onde estiver o amor, ali estarei eu”. A base bíblica para isso é “Deus é amor” ‒ como sempre, o texto é pretexto ‒. Mas, pergunto: o “amor” do ponto de vista comum das pessoas se coaduna com o amor de Deus? O amor que ama o pecador mas não lhe avisa do perigo é amor? O amor que convida para a igreja, mas não versa sobre arrependimento é amor? O amor que alardeia a inclusão no reino, como se alguém pudesse entrar para ele por uma janela arrombada, sem, todavia, vestir os trajes de santidade é amor (Mateus 22:12)? O amor que convida “venha como está”, mas não ensina a Palavra que desencadeia a transformação, o novo nascimento, é amor? O amor que considera o evangelho não como o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, mas o reimagina a partir da cultura, das lutas, do sofrimento, da vontade de um povo e o adapta para que se torne aceitável não é amor. O amor que entende a exigência da santidade como “legalismo” dos intolerantes e inculca nas mentes uma concepção de vida cristã dissociada dos valores bíblicos não é amor.

Amor é perdoar a adúltera e dizer “vai-te e não peques mais”. É curar um paralítico e adverti-lo dizendo: não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (João 5:14). Amor é entrar em casa de um  homem pecador, anunciar-lhe as boas novas de perdão e depois concluir que “hoje veio salvação a esta casa” (Lucas 19:9). Amor é chorar pela Jerusalém que apedreja e mata os profetas, aqueles mesmos que denunciavam o adultério espiritual do povo, e lamentar que seus moradores não deram ouvidos à Palavra e por isso serão julgados.

Praticar o amor é dizer a verdade, sem adorná-la, sem diminuí-la, sem torná-la em outra coisa, sem dizer que ela é o que não é, mas apresentá-la como está nas Sagradas Escrituras, ainda que isso não seja politicamente correto em nossos dias. Amor é ensinar o povo a deitar fora os seus falsos deuses, a abandonar seus pecados, a buscar a face de Deus, a se humilhar, a orar, e a se desviar de seus maus caminhos (2 Crônicas 7:14). O oposto disso jamais será amor, mas artimanha maligna para enganar pessoas, enredá-las e levá-las pelo caminho da perdição. Amor não é tornar a vereda cristã numa estrada larga e asfaltada, adorná-la à vista das pessoas, mas ensinar que “larga é a porta que conduz à perdição, e apartado o caminho que conduz à vida” (Mateus 7:13). O verdadeiro amor, praticado e ensinado por Jesus, visa não a adesão das pessoas à uma instituição religiosa, mas a conversão, a salvação e a inclusão no reino de Deus, reino de vida, reino de valores eternos, reino odiado pelo mundo. O amor chama do pecado, das trevas para a maravilhosa luz  (1 Pedro 2:9) e ensina que luz e trevas não se comunicam, que não há harmonia entre Cristo e Belial, que não há acordo entre o santo e o profano, que o salvo não imita a conduta dos ímpios, nem pratica a idolatria, pois é santuário de Deus ( Leia 2 Coríntios 6:14-18; Salmos 1).

Ah, o amor… “O amor é inclusivo”, dizem. Sim, e por isso o verdadeiro amor caminha lado a lado com a verdade. O amor convida ao arrependimento, e a Verdade liberta (João 8:32, 36). Sim, liberta de todo pecado, de tudo que é abominável, das paixões ilícitas, das práticas e comportamentos sexuais abomináveis, de tudo o que é falso e enganoso. Qualquer amor que não comunica esta mensagem é qualquer coisa, menos amor; e qualquer verdade que não liberta é qualquer coisa, menos Verdade. 

A função precípua do amor não é enganar, mas salvar e transformar. Por isso só o verdadeiro amor ‒ amor de Deus que nos constrange a amar como Ele amou ‒ é inclusivo. 

Porque Deus amou e Jesus morreu para salvar o que crê, e crer é conversão! Se fosse para a pessoa continuar no pecado, não teria sentido o Filho de Deus pagar tão alto preço. Pense nisso!

NÃO OLHE PARA TRÁS


Pr. Cleber Montes Moreira

“Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças.” (Gênesis 19:17)


A ordem dada a Ló e sua família, antes da destruição das duas cidades impenitentes, foi para escapar e não olhar para trás (Gênesis19:17). Entretanto, o texto bíblico diz que “a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal” (Gênesis 19:26). Este foi o terrível juízo de Deus sobre ela, por causa de sua desobediência. Sodoma e Gomorra eram cidades cheias de pecado, e olhar para trás era olhar para aquilo que despertava a ira divina. O mundo também está destinado à destruição, e quem olha para ele com simpatia é desaprovado.  

“Você sabe que está no caminho certo quando perde o interesse de olhar pra trás.” Não sei quem escreveu esta frase, mas em termos espirituais, ela faz todo sentido. Viver a vida cristã é não olhar para trás, é não ter saudades do passado sem Cristo, é não estar preso a algo velho, é não estar envolvido com algum pecado, é não querer ser mais como antes. Paulo disse: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17); e ainda: “E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:10). Jesus ensinou que “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lucas 9:62).

A vida cristã pode ser comparada a uma corrida. Certa ocasião um atleta foi ultrapassado pouco antes da linha de chagada, simplesmente porque olhou para trás; a vitória quase certa virou derrota e motivo de chacotas. Paulo sabia que deveria olhar para frente e prosseguir para o alvo.  Ele disse: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13, 14). Portanto, não se embarace com nada deste mundo, sejam riquezas, paixões ilícitas, vícios, licenciosidade, invejas ou qualquer outra coisa pecaminosa. Não ame o mundo, nem o que nele há (1 João 2:15). Para escapar e salvar a sua vida, não olhe para trás, olhe para frente, para Cristo, autor e consumador da fé (Hebreus 12:2).

OFERTA INTEGRAL



Pr. Cleber Montes Moreira

“Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.” (Marcos 12:42 - Leia de 41 a 44)

Numa época anterior ao Plano Real, de inflação muito alta, em certa igreja havia um membro em boa condição financeira. Ele era proprietário e produtor rural, tinha uma boa casa, carro, vida controlada. Por ocasião das campanhas missionárias, seu envelope era, geralmente, o mais “gordo”. Entretanto, ao ser aberto, sempre eram encontradas cédulas sem valor, que nem mesmo os bancos aceitavam. Infelizmente, suas doações eram uma afronta, um desdém, um descaso para com a Obra de Deus. Um “tristemunho”! Diferentemente, conta-se que um jovem norueguês chamado Peter Torjesen, quando com 17 anos de idade, sentiu-se tocado profundamente em seu coração por contribuir para missões; ele pôs no seu envelope de ofertas tudo o que tinha em sua carteira, e depois de pensar um pouco, escreveu também num pedaço de papel: “E minha vida.” Mais tarde foi cumprir o “Ide” de Jesus como missionário na China. Ele entregou tudo: seu dinheiro, seu tempo, seus talentos e sua vida por inteiro. Sua oferta foi integral.

Jesus conhece o real valor de nossas ofertas. Durante o culto, no templo, depois de observar os que depositavam na arca do tesouro, comentou: “Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros. Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver" (Marcos 12:43,44 – NVI). A mulher que tinha desculpas plausíveis para não ofertar, nos ensina uma grande lição: a oferta mais preciosa não é, necessariamente, a de maior valor, mas sim aquela que representa um esforço maior, um desafio de fé, uma atitude de amor. Aquilo que, na visão de Jesus, os ricos deram eram as sobras. A viúva deu tudo: portanto, deu a maior oferta! Penso que ela não deu apenas o seu dinheiro, ela deu o seu coração! Quando o nosso coração pertence a Cristo, tudo mais que está à nossa disposição, tudo o que temos e somos é Dele!

Que aprendamos com a viúva pobre: sua fé e seu amor alargaram sua visão. Só uma pessoa que tem fé e ama a Obra pode ter compromisso com seu sustento. Entreguemos, pois, a Deus nossa oferta integral; pela fé e amor ofereçamos nossos recursos e nossa própria vida.
ganhe-dinheiro-com-kwai